Funcionários devem conhecer o que pode e o que é proibido no local de trabalho
Não há certo ou errado na hora de se vestir profissionalmente, mas é preciso respeitar algumas regras, muitas vezes já impostas pelas empresas no dress code (código de vestimenta).
O estilo formal (homens de terno e gravata e mulheres de tailleur) é exigido na auditoria e consultoria BDO, regra informada desde a entrevista. “Os nossos profissionais têm perfil jovem, trabalham diretamente com empresários, por isso, estabelecemos um código de vestimenta”, diz o sócio, Vitor Almeida, de 38 anos.
O código diz ainda que a barba deve ser bem aparada, os ternos devem ser de cores escuras e as camisas de cores claras, e estabelece o que não pode: camisas de cores chamativas e gravatas “engraçadinhas”.
As mulheres também têm regras. “O código pede tailleur, de calça ou saia, mas há uma infinidade de blusas e saias e calças que podem ser apropriadas.” Mas elas também não podem usar cores extravagantes e devem ter cuidado com decotes, fendas e transparências.
Durante o processo de integração, os profissionais assistem a uma palestra sobre o que é adequado ou não para o dia a dia. E se mesmo assim aparecer uma camisa verde-limão ou uma fenda mais generosa, o funcionário será lembrado do código de vestimenta. “Mas melhor do que repreender é elogiar os profissionais vestidos de acordo com o código da empresa”, diz o sócio da BDO.
Segundo ele, o profissional não precisa estar vestido em um uniforme de fábrica, mas deve estar discreto, alinhado e nunca vulgar. “Queremos que o cliente comente a qualidade do trabalho e não a vestimenta do funcionário”, diz Almeida.
Reflexo. Para a consultora do seminário Senac Moda Informação, Luciana Parisi, bom senso, discrição e adequação ao ambiente de trabalho são as regras básicas de vestimenta. “Qualquer que seja a profissão, é importante considerar que a escolha do figurino, transmite uma mensagem. E no ambiente de trabalho essas escolhas devem corresponder a uma imagem positiva do profissional, que reflita a filosofia da empresa e que atenda as exigências do dress code da companhia.”
Luciana recomenda o profissional a ajustar o traje de acordo com a posição ocupada. “Para os profissionais de mercados mais tradicionais, como direito, financeiro e executivos de grandes corporações, o código de vestuário é mais rígido e pede costume, camisa social e gravata para os homens, e tailleur, terninho ou saia e blusa para as mulheres. Bons e bem cuidados sapatos são essenciais para transmitir uma imagem de confiabilidade e credibilidade.” No entanto, se a área profissional for mais liberal, ou menos formal, o dress code pode ser mais despojado e criativo.
“Roupas discretas, porém elegantes, confortáveis e impecavelmente bem cuidadas, comedimento no uso de acessórios, higiene e cuidados pessoais irretocáveis são fundamentais.”
Mensagem. Segundo a coaching de carreira e imagem Waleska Farias, cada empresa, de acordo com o segmento de atuação, tem uma imagem que deve estar associada à mensagem que ela deseja passar para o seu público, e o profissional, diz ela, deve estar comprometido com a construção dessa imagem. Por isso, o tema vestuário passou a compor no código de conduta.
“No processo de construção de imagem são necessários apenas cinco segundos para que uma pessoa construa uma impressão a seu respeito e a forma como você está vestido contribui ou não para que essa impressão seja positiva ou negativa.”
E, segundo ela, é fundamental também a coerência entre a identidade visual do profissional e o segmento em que a empresa atua. “Está cada vez mais claro que essa imagem tem influência direta na percepção sobre a credibilidade do profissional e da empresa”, diz.
De acordo com Waleska, o profissional deve ter consciência de que ao se apresentar pela empresa ele se torna um representante da marca e a forma como ele se veste causa uma impressão que irá depor contra ou a favor de sua imagem e a da empresa que ele representa.
Especificamente, a coach recomenda que mulheres tenham cuidado com decotes, saias, transparências, salto agulha e também com acessórios, bolsas e a maquiagem. Por sua vez, os homens, precisam prestar atenção às combinações de cores de gravata, cinto e sapato.
No entanto, ela esclarece que a empresa deve informar o profissional o que pode e não pode. “Tudo é adequação, e o combinado não sai caro. Se a empresa não falou, pergunte para recrutador ou observe para saber qual a forma mais adequada para se vestir”, aconselha.
“Roupa, como qualquer atributo, pode atrapalhar a carreira”
Como quero ser percebido? O que quero transparecer? Para a vice-presidente da SBCoaching, Flora Victoria, estas são perguntas que devem ser feitas na hora de escolher a roupa para o ambiente profissional. “É uma soma de elementos que vão acompanhar a trajetória e a roupa, como qualquer outro atributo, pode atrapalhar o desenvolvimento da carreira.”
Para ela, o profissional é a soma de conhecimento e competências, comprometimento, comportamento e geração de resultados e a roupa embala esses atributos.
“O segmento da empresa e área de atuação vão pedir um estilo de roupa e as empresas devem informar o que pode ou não pode.” E, em caso de desacordo, o gestor deve dar feedback: “Ele deve mostrar o fato, o impacto da roupa inadequada e apresentar uma solução”.
Segundo Flora, elogiar em público quem se veste adequadamente também ajuda na construção do dress code. “Um bom líder deve saber desenvolver o profissional em todos os níveis, inclusive na vestimenta.”
Para a assessora de carreira da Catho, Larissa Meiglin, se o dress code foi combinado na contratação o profissional deverá seguir a regra. “E se o gestor reconhecer que o funcionário está destoando da área, deve chamar para uma conversa e reforçar o código de vestimenta.”
Larissa lembra que existem mudanças no modo de vestir de acordo com a área da empresa, por isso, se tiver dúvida, é importante observar e perguntar.
Segundo ela, desde o momento da entrevista, até saber se existe e qual é o código de vestimenta, é recomendável optar por algum item que remeta a um traje social: calça, camisa, sapatos. “Se a empresa é mais informal, pode não ter problema usar tênis, mas evite cores brilhantes, boné e nada de decotes, barriga de fora e saia curta. Bom senso é muito necessário.”
A assessora da Catho destaca que a vestimenta que não destoa é aquela combinada entre empresa e funcionário. “Estar adequado é importante em todos os momentos da carreira, desde a contratação até promoções, projetos e reuniões”, diz.
Fonte: Estadão
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